terça-feira, 16 de junho de 2020

CALENDÁRIO MAIA


“Após o calendário juliano, estamos tecnicamente em 2012… O número de dias perdidos em um ano devido à mudança para o calendário gregoriano é de 11 dias. Durante 268 anos, usando o calendário gregoriano (1752-2020) vezes 11 dias = 2.948 dias. 2.948 dias / 365 dias (por ano) = 8 anos ”, twittou o cientista Paolo Tagaloguin na semana passada, segundo o Sun. A série de tweets já foi excluída.

Se Tagaloguin estiver correto, somando todos os dias perdidos, a data do juízo final maia é ... esta semana.
Em 2012, os teóricos do dia do juízo final estavam convencidos de que o mundo estava terminando em 21 de dezembro, e hordas de fiéis se reuniram em locais maias no México e na Guatemala - apenas para ficar desapontados e sujos devido à falta de saneamento nas pirâmides maias antigas.
A mais recente previsão do fim do mundo teria sido formulada a partir de uma teoria de David Meade, autor do livro Planet X - The 2017 Arrival ("Planeta X - 2017, a Chegada", em tradução livre para o português), que se autodescreve como "especialista em pesquisas e investigações".
Segundo ele, a nova estimativa é baseada em passagens da Bíblia e em supertições que rondam o número 33 - número de dias do intervalo entre o eclipse solar de 21 de agosto, considerado um "presságio", e a data prevista para a colisão de Nibiru.
Esta foi apenas mais uma ocasião em que uma previsão do apocalipse ganha fama e repercussão. Isso ocorre há séculos. Reunimos outras setes histórias do fim dos tempos -- obviamente, nenhuma delas se concretizou:

Mil e nada mais

1000 – Quando chegasse o ano 1000, de acordo com algumas interpretações de evangelhos apócrifos, a vida de toda a cristandade teria se exaurido. E já que, na época, a cristandade era considerada sinônimo de humanidade, isso signifircaria o fim do mundo.
A “data de validade” do homem para muitos tinha sido fixada no final dos mil anos a partir do nascimento de Jesus Cristo, no ano 0, como relata a revista italiana de história "InStoria". No rèveillon do ano 1000, entretanto, nada ocorreu, fora as tradicionais celebrações. E o mundo continuo sua caminhada rumo ao futuro.

O ano do demônio

1666 – Como relembra a revista "National Geographic", a chegada do ano com os últimos três números 6, considerados uma "cifra diabólica", causou muitos temores de que o mundo acabaria. Em Londres, essas superstições foram alimentadas pelo fato de que uma epidemia de peste havia dizimado, no ano anterior, um quinto da população.
Como se isso não bastasse, entre os dias 2 e 5 de setembro de 1666, um incêndio devastador queimou dezenas de milhares de casas, deixando 80% da cidade em cinzas. Ao mesmo tempo, as chamas mataram os portadores da praga e, de certo modo, se tornaram providenciais para acabar com a peste. E, mais uma vez, o mundo não acabou.

Ovos apocalípticos

1806 - A rede norte-americana NBC conta como naquele ano, na cidade de Leeds, na Inglaterra, uma galinha teria botado ovos com escrita a palavra "Cristo está chegando", em inglês. Imediatamente se espalhou o rumor de que o fim do mundo era iminente. E, por algum motivo, o Deus resolveu anunciar o apocalipse dessa maneira. O pânico tomou conta de Leeds, arredores e até de boa parte das Ilhas Britânicas.
Entretanto, em breve se descobriu que tinha sido uma brincadeira arquitetada por Mary Bateman, famosa estelionatária que tinha se proclamado vidente. Bateman, depois de escrever as "profecias" na casca dos ovos, os reinseriu dentro das galinhas, alimentando assim a superstição popular. Obviamente, com ovo ou sem ovo, o mundo não acabou.
1910 - Aquele ano teve a passagem da Terra pelo rastro de detritos de cerca de 25 milhões de km deixados pelo cometa Halley. O que deixou muita gente com medo foi a presença, na cauda do Cometa, de cianeto, um gás altamente tóxico.
Muitos cientistas começaram a temer que esse gás pudesse permear a atmosfera terrestre e asfixiar a humanidade, ou que a passagem pudesse causar um enorme tsunami no Pacífico. Como sempre, no dia 20 de maio de 1910, todo o mundo percebeu que nenhuma tragédia havia acontecido. E que o mundo não tinha acabado.
1999 - A primeira previsão do apocalipse da era tecnológica é também um dos mais famosos da história: o bug do milênio. Na virada do ano 2000, se previa que os computadores seriam dizimados pelo YK2 Bug, o nome oficial do bug do milênio, um defeito dos sistemas operacionais no cálculo das datas que, felizmente, se revelou muito menos grave e generalizado do que o esperado.
Acreditava-se que, como a maioria dos computadores do mundo registrava datas de dois dígitos, os sistemas informáticos entrariam em colapso por causa do "00" do novo ano, com uma série de consequências imprevisíveis que levariam a explosões nucleares, queda de aviões, destruição de infraestruturas e o fim da civilização humana. Muita gente começou a construir bunkers com escoltas alimentares e a acumular armas. Como sabemos, nada de particularmente significativo ocorreu. E o apocalipse ficou para outro dia.
2008 –Em 10 de setembro, o acelerador de partículas mais poderoso do mundo, o LHC, em Genebra, é ligado pela manhã e começa as atividades. Dentro dele, faixas de prótons começam a se chocar, reproduzindo o estado do cosmos logo após o Big Bang. Nos dias subsequentes o mundo conheceu mais um boato apocalíptico.
O experimento teria resultado na formação de mini-buracos negros capazes de engolir tudo: o acelerador, os pesquisadores, a Suíça, a Europa e o mundo inteiro. Uma fake news colossal, que tomou proporções enormes nas redes sociais. Tanto que a própria Nasa, a agência espacial norte-americana, publicou uma matéria em seu site um mês depois, com o título "O dia em que o mundo não acabou".

Calendário maia

Calendário maia causou toda a polêmica do fim do mundo — Foto: Reprodução
Calendário maia causou toda a polêmica do fim do mundo — Foto: Reprodução
2012 - Com base numa interpretação do calendário maia e das teorias propostas por alguns escritores da New Age (sobretudo o guru Terence McKenna), muitas pessoas começaram a indicar que o apocalipse chegaria no dia 21 de dezembro de 2012.
O negócio ficou tão sério, que até Hollywood decidiu lucrar em cima, com o blockbuster “2012”, do diretor alemão Roland Emmerich. A película foi lançada em 2009 e foi um sucesso de público, chegando a uma receita de US$ 769 milhões.


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